Modelo sustentável de agregação de valor em produtos florestais não madeireiros
No início da década de 2000 as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira atingiram patamares alarmantes. Uma série de iniciativas eram necessárias para reduzir esse quadro dramático. Nesse contexto um grupo de jovens empreendedores apostou no pilar da criação de negócios sustentáveis que utilizassem as matérias-primas regionais, protegessem a floresta e gerassem renda para as comunidades locais.
Assim foi criada a Ouro Verde Amazônia, em 2002, com foco inicial no processamento da castanha do Brasil. O objetivo era promover a coleta da castanha por parte de comunidades tradicionais proporcionando uma renda adequada para tais comunidades através da prática do comércio justo.
Como estratégia para garantir uma remuneração maior para os fornecedores e ainda assim garantir a viabilidade econômica do novo empreendimento, foi feita uma aposta na inovação radical focando no desenvolvimento de produtos de maior valor agregado. Nesse sentido, com o apoio da FINEP e parceria com a Universidade de São Paulo foram desenvolvidos produtos inovadores como o Azeite Extra-Virgem de Castanha do Brasil. Esta iniciativa proporcionou que a empresa fosse agraciada com o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica. Na mesma direção de agregação de valor foi obtida a certificação de produto Orgânico para toda a linha da empresa. Por fim a empresa buscou a certificação de Empresa B, sendo a primeira B-corp certificada no Brasil em 2012.
Com as práticas de comércio justo adotadas e a agregação de valor dos produtos a empresa remunerou seus fornecedores com um valor aproximadamente 40% acima do preço médio de mercado. Foram feitas várias parcerias com diferentes organizações comunitárias da Amazônia nos estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amapá.
Foram desenvolvidos projetos em parceria com instituições como PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), GIZ (agência alemã para cooperação internacional) e ISA (Instituto Sócioambiental), dentre outras, para apoiar a melhoria de qualidade da matéria-prima coletada pelas comunidades e melhorar a logística e armazenamento dos produtos, viabilizando que a Ouro Verde pudesse pagar preços maiores pelos produtos e incrementando a renda para as comunidades.
Como resultado destas ações, a empresa foi agraciada com vários prêmios e certificados tais como o prêmio Chico Mendes de Negócios Sustentáveis concedido pelo Ministérios do Meio Ambiente e o New Ventures do World Resources.