Produção de suínos em parceria com pequenos e médio produtores integrados
A cadeia produtiva da suinocultura nunca foi relevante no estado do Acre. Com o crescimento do setor da avicultura, processo capitaneado pela expansão e sucesso da empresa Acreaves, começou a haver uma demanda específica por carne suína para compor a linha de salames, salsichas e outros derivados. Da mesma forma, a demanda local do estado por carne suína foi historicamente sempre atendida por produtos originários de outros estados, eventualmente de fornecedores localizados em regiões distantes como Santa Catarina e Paraná. Isso gerava uma logística irracional e, obviamente, um custo mais alto para o produto comercializado no Acre.
Assim nasceu a Dom Porquito em 2013, com uma estrutura que englobava uma UPL (Unidade Produtora de Leitões), galpões de engorda (em parceria com diversos agricultores familiares) e um moderno frigorífico.
Pautado pelo conceito de Parceria Público Privado Comunitário foi constituída num modelo societário inovador na empresa. O governo do Acre, por intermédio de uma agência de fomento estadual, garantiu os recursos financeiros iniciais para a constituição da empresa tendo como premissa que houvesse forte envolvimento da agricultura familiar no processo, por intermédio da constituição da Cooperativa dos Suinocultores do Acre, que ao final se tornaria sócia também do empreendimento. Pelo lado privado o empreendedor Paulo Santoyo, juntamente com mais um grupo qualificado de sócios, liderou o processo.
Durante a estruturação da empresa foi definido um pacote tecnológico de vanguarda, que envolve um padrão genético superior dos animais, fornecido pela empresa Agroceres, empresa nacional líder em genética de suínos, associado a um rígido esquema de controle sanitário. Nesse aspecto, a instalação de granjas de terminação de animais, em locais parcialmente isolados pela floresta, no entorno das residências dos agricultores familiares, proporcionou uma barreira sanitária perfeita para garantir a saúde dos animais, criando um cenário favorável raro quando comparado com outras regiões do país.
Para garantir o bem-estar e conforto térmico dos animais, foi adotado na UPL um sistema construtivo de vanguarda e adaptados às características da região, que conta com mecanismo de regulação das condições ambientais no interior dos galpões de alojamento dos animais (ventilação forçada, troca de ar, aspersão de água, sistema de placas evaporativas), proporcionando a manutenção de temperatura e umidade relativa do ar ideais para o bem-estar e crescimento dos animais.
Atualmente os integrados da empresa que possuem granjas para engorda dos animais têm uma renda acima de R$ 3.000/mês (US$ 1,000/mês). Os benefícios para esse grupo de agricultores serão ampliados com a participação acionária da Cooperativa dos Suinocultores na Dom Porquito S.A. uma vez que rentabilidade do negócio, gerada pela agregação de valor dos produtos processados, será também revertida para os produtores.
A expansão da criação de suínos tem ajudado a ampliação e consolidação da cadeia produtiva do milho, gerando outra alternativa de renda para os produtores rurais do estado, seja de grande e de pequeno porte. Espera-se também que haja um efeito positivo dessa atividade para a preservação da floresta nativa, uma vez que a geração de renda significativa dessa atividade e a concentração da mesma numa área muito restrita da propriedade rural devem desincentivar a abertura de novas áreas da floresta para expansão de atividades pouco intensivas (pecuária de corte extensiva e roças para agricultura de baixa tecnificação).
Por fim, a empresa deve não apenas abastecer o mercado local mas também exportar parcela significativa de sua produção para os países Andinos, garantindo um fluxo de dólares para o Acre e acelerando a economia local, a qual historicamente é pouco diversificada e muito dependente do setor público.