Sinal de que as iniciativas de apelo social consolidam-se como opção relevante de negócio é a adesão dos investidores, que começam a apontar seus radares para o setor. É o que faz agora, por exemplo, a Kaeté. A empresa lança neste final de ano um fundo de R$ 100 milhões para aplicar em pequenas e médias empresas estabelecidas na área da Amazônia Legal, área que engloba nove estados brasileiros integrados pela bacia do Rio Amazonas.
O plano é comprar participações minoritárias (de 20% a 40%) em um grupo de cinco a dez empresas que faturam entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões por ano, mas com potencial para registrarem receitas anuais de R$ 250 milhões.
Negócios em estágio pré-operacional também não estão fora dos planos traçados pelos investidores. Mas o fator fundamental para o fundo é quanto ao impacto social dos negócios. “A nossa tese é que o elemento da sustentabilidade pode estar associado ao elemento da rentabilidade”, afirma Luis Fernando Laranja, gestor do fundo de investimentos. “Vamos investir em empresas que vão agregar valor e que vão produzir de maneira industrial produtos que hoje são feitos de maneira artesanal pelas comunidades”, conclui Laranja, que ao lado de Otávio Ottoni, é sócio e gestor da empresa com sede em São Paulo.
Nesse primeiro momento, eles procuram empresas nas áreas de alimento, especialmente frutas nativas da Amazônia, fibras naturais, energia, logística e piscicultura. A ideia é sempre oferecer tecnologia e gestão para empresas que atuem diretamente com as comunidades.
“Vamos levar inovações para aumentar a produtividade dessas famílias e levar esses produtos para todo o Brasil e fora dele”, destaca Ottoni”. O nosso impacto é certamente muito maior na cadeia de produção do que no consumo, já que falamos de produtos geralmente de alto valor agregado”, afirma o gestor, que espera fechar o primeiro negócio até o começo de 2013.
por Renato Jakitas para o jornal “O Estado de São Paulo”