Pragma e Kaeté têm R$ 200 milhões em Fundos de Investimento em Participações (FIPs) para Empresas Voltadas à Sustentabilidade

Gestores de recursos estão de olho em projetos ambientais e sustentáveis. A Pragma Patrimônio está constituindo o segundo Fundo de Investimento em Participações (FIP), de aproximadamente R$ 100 milhões, dos quais 20% serão alocados em empresas inovadoras, nas quais investidores tradicionais normalmente não participariam. “Estamos de olhos em projetos de água e educação”, diz Paulo Bellotti, sócio da gestora.

Entre as empresas que passaram pelo portfólio da Pragma está a Mar & Terra, de piscicultura. “Percebemos que a demanda pela carne de peixe estava aumentando e a oferta cada vez mais restrita, tanto por meio da pesca de captura, quanto pela de cativeiro – restrita à tilápia e ao salmão. Neste cenário, desenvolvemos uma tecnologia de reprodução em cativeiro de pintado e pirarucu”, explica. A empresa, que vem ganhando escala desde 2003, recebeu aporte do fundo Stratus no ano passado. “Eles adquiriram 40% da empresa por R$ 25 milhões.”

Diferente da Mar & Terra, a Terra Nova, que atua na mediação de conflitos de áreas urbanas invadidas, está nos planos da Pragma. “Aprovamos o investimento nessa empresa segunda-feira”, ressalta.

A companhia concede financiamento aos moradores para a aquisição dos terrenos invadidos. “No Brasil existem três milhões de famílias que invadiram áreas privadas nas grandes cidades e calculamos que esses terrenos estejam avaliados em aproximadamente R$ 100 bilhões. São ativos mortos, tanto para as pessoas que moram na região, quanto para o proprietário do terreno. Ou seja, há um bom espaço para trabalharmos.”

Outra gestora que está estruturando um FIP voltado a projetos ambientais é a Kaeté Investimentos. “Já temos R$ 95 milhões, dos R$ 100 milhões previstos para o fundo. Nosso foco são empresas de pequeno e médio porte, localizadas na Amazônia, e que estejam estabelecidas”, pondera Luis Fernando Laranja, sócio da Kaeté, formada a pouco mais de um ano.

Serão escolhidos de cinco a oito projetos para receber o aporte, que poderá variar de R$ 5 milhões a R$ 25 milhões. “É um fundo regional, mas não setorial. As empresas analisadas atuam desde o setor de cosméticos até de energia.”

Filantropia

Se por um lado os gestores de FIPs buscam projetos que entregam retornos atrativos no médio e longo prazo, por outros fundos de cooperação, sem fins lucrativos, visam perpetuar o apoio a projetos de desenvolvimento sustentável. É o caso do Fundo Vale, criado pela Vale em 2009. “Não somos meramente doadores ou financiadores de projetos. Buscamos métricas em nosso trabalho”, destaca Mirela Sandrini, diretora de operações da instituição.

No ano passado, o Fundo Vale aumentou a carteira de projetos de oito para 22 projetos. Atualmente, 19 projetos estão ativos. A área de atuação, antes restrita ao Pará, também cresceu, atingindo Amazonas, Acre e Mato Grosso. “Estamos em franca prospecção. Queremos chegar à Rondônia e Amapá até o final do ano”, completa Mirela.

por Vanessa Correia para o “Brasil Econômico”